A IA está colando do Google Maps?
Resultado de um teste realizado para buscas locais que receberam forte correlação entre posicionamento no maps e citação por IA
Felipe Pener
7/12/20252 min read


Nos últimos meses, muita gente parou de perguntar pro Google — e passou a perguntar direto pra IA.
“Qual a melhor pizzaria perto de mim?”
“Onde fazer exame de sangue em Copacabana?”
“Tem dentista aberto agora no Tatuapé?”
O comportamento tá mudando, e rápido.
A busca tradicional está virando conversa. E quem responde essa conversa? A IA.
Mas… de onde ela tira essas respostas?
O teste: IA vs Google Maps
Fiz um teste simples e direto: comparei 50 buscas locais reais com os resultados apresentados por três IAs (GPT, Gemini e Meta), e cruzei com o que aparecia no Google Maps.
Tipo de busca:
“Onde fazer lipo em Salvador?”
“Melhor psicólogo infantil no centro de Campinas”
“Laboratório que faz ressonância em Londrina”
“Dentista que atende Unimed em Fortaleza”
Resultado:
GPT-4: 98% de similaridade com o ranking do Google Maps
Meta AI: 94%
Gemini (Google): 87%
A IA do Google foi justamente a que teve menor similaridade com os próprios resultados do Google Maps.
Ou ela está buscando ser menos óbvia, ou ainda não integrou esse cruzamento como padrão.
De qualquer forma, o comportamento das outras IAs (e o padrão geral) deixam claro: quem aparece no Maps tem grandes chances de ser citado pela IA.
Na prática, o que isso significa?
Mesmo que as IAs estejam sendo treinadas em datasets amplos e juram de pé junto utilizar apenas sua base de dados, o Google Maps (ou o comportamento que ele organiza) parece servir de filtro de autoridade local.
Ou seja: o que aparece lá tem muito peso — mesmo em ambientes que, em tese, não são da busca tradicional.
Isso significa que otimizar seu perfil no Maps hoje pode influenciar como a IA responde o seu cliente amanhã.
Não é só SEO. É IA-first também.
O comportamento do usuário mudou e a forma como a gente produz conteúdo e estrutura o site também tem que mudar.
Algumas adaptações que fazem cada vez mais sentido:
1. Fale como se estivesse explicando pra uma IA
Seja claro, direto e informativo.
Responda perguntas específicas (tipo FAQ bem feito).
Evite firulas e floreios que confundem o contexto.
2. Estruture bem o conteúdo
Use subtítulos (H2, H3), bullets, parágrafos curtos.
Adicione dados que a IA possa interpretar (como horários, localização, serviços).
Schema markup ajuda? Ainda ajuda.
3. Conecte o site ao negócio físico
Mencione bairro, cidade, serviços locais.
Link para Google Maps, botão de rota, avaliações, telefone.
Isso ajuda a IA a entender que você é uma opção local real.
4. Evite depender só de “quem te procura já te conhece”
A IA tá respondendo pra quem nunca ouviu falar de você.
Se o seu cliente/negócio não estiver posicionado corretamente, ela vai citar quem estiver.
No fim, a IA não é mágica e nem de perto o grande monstro que vai acabar com SEO.
É reflexo do que já funciona.
A lógica da IA generativa é aprender com o que já é relevante.
E quem é relevante? Quem aparece no Maps.
Quem tem boas avaliações.
Quem tem site claro.
Quem se comunica de forma direta.
O jogo não mudou tanto assim.
Só ganhou mais uma camada.
Ideias
Um espaço para compartilhar conhecimento e projetos.
contato@felipepener.com.br
© 2025. All rights reserved.