Intenção de busca: o que é e como aplicar na prática

Entenda o que é intenção de busca, quais os tipos, como identificá-la nos resultados do Google e aplicar no funil de marketing. Um guia essencial para criar conteúdos que realmente performam.

Felipe Pener

7/18/20256 min read

A internet inteira é movida por uma coisa: gente buscando coisas.

O papel do Google, do ChatGPT, da IA do You.com, da Meta ou de qualquer outro sistema de resposta é entregar o que a pessoa quer — e não apenas o que ela escreveu.

Por trás de cada pesquisa existe um objetivo, uma expectativa, um problema a ser resolvido. A isso damos o nome de intenção de busca.

E quem ignora esse conceito, por mais que saiba fazer um bom texto, sempre vai perder a briga por atenção.

O que é intenção de busca?

A intenção de busca é o propósito real de uma pessoa ao digitar (ou falar) uma consulta em uma ferramenta de busca ou IA.

É a diferença entre “o que ela escreve” e “o que ela quer de verdade”.

Por exemplo:

Quando alguém busca por "como trocar pneu", o que ela quer?

Um post técnico com histórico da borracha vulcanizada? Um artigo sobre segurança veicular?

Não. Ela quer um tutorial rápido, direto, de preferência com imagens ou vídeo.

Se você entrega outra coisa, não importa quão bem escrito esteja. Você não entendeu a intenção — e vai ser ignorado.

Por que entender a intenção de busca é mais importante do que escolher a palavra-chave certa

Porque você pode escolher a palavra certa, mas escrever o conteúdo errado.

Vamos comparar dois exemplos:

Palavra-chave: "melhor airfryer"

  • Conteúdo A: um post institucional falando sobre os benefícios da alimentação saudável

  • Conteúdo B: uma lista atualizada com análise comparativa de modelos, preços, links para compra e comentários de usuários

Qual você acha que o Google vai mostrar no topo?

E qual você acha que o usuário quer clicar?

Sempre o B.

Porque ele atende à intenção de busca real, que é investigar antes de comprar.

Os 4 grandes tipos de intenção de busca (e como identificá-los)

1. Informacional

A pessoa quer aprender ou entender algo.

Exemplos:

“como fazer massa de pizza”,
“história da Segunda Guerra Mundial”,
“por que o dólar está subindo”

O que entregar:

Conteúdo explicativo, didático, visual, sem encher linguiça. Textos bem estruturados, FAQs, infográficos, listas, tutoriais.

O que evitar:

Tentativas de venda forçadas. O usuário está aprendendo, não comprando.

2. Navegacional

A pessoa quer acessar um site ou marca específica.

Exemplos:

“login hotmart”,
“canal oficial do Porta dos Fundos”,
“LinkedIn vagas”

O que entregar:

Basicamente, o Google entrega a página buscada. Se você não é a marca em questão, não tente ranquear aqui.

3. Comercial/Investigativa

A pessoa quer comparar opções antes de tomar uma decisão de compra ou contratação.

Exemplos:

“melhores cadeiras gamer 2025”,
“plano família Spotify ou Deezer?”,
“curso de inglês online vale a pena?”

O que entregar:

Comparativos, prós e contras, reviews, listas, estudos de caso, depoimentos.

Esse é o momento ideal para mostrar autoridade, educar para a decisão e preparar o terreno para a conversão.

4. Transacional

A pessoa está pronta para agir: comprar, contratar, agendar.

Exemplos:

“comprar tênis Nike Air Max 90”,
“agendar consulta com advogado trabalhista”,
“curso Excel avançado com certificado”

O que entregar:

Página clara, com botões visíveis, argumento direto, poucos ruídos. É hora de vender, não de explicar.

Como descobrir qual é a intenção de busca de uma palavra-chave?

Entender a intenção de busca começa com observar o que já está funcionando. Você não precisa adivinhar — o Google já te mostra. É só saber ler os sinais certos.

Aqui vai um passo a passo que funciona tanto pro Google quanto pra qualquer IA generativa que vá ranquear ou sugerir seu conteúdo:

1. Pesquise a palavra-chave no Google

Veja o formato dos resultados que aparecem no topo:

  • Textos longos, explicativos? → Informacional

  • Vídeos e listas comparativas? → Comercial/investigativa

  • Fichas de produto, botão de compra, Google Maps? → Transacional

  • Site oficial? → Navegacional

Quer um atalho prático pra analisar isso?

Criei um post só com o hack de análise dos 3 primeiros resultados do Google, mostrando como interpretar estrutura, tipo de conteúdo e intenção por trás de cada um.

Leia aqui: Como identificar a intenção de busca pelos resultados do Google (hack prático)

2. Veja o que aparece em “As pessoas também perguntam”

As famosas PAAs (People Also Ask) são como pequenos mapas mentais da intenção. Se você quer estruturar bem seu conteúdo, use essas perguntas como subtópicos.

3. Use ferramentas de análise semântica

Se quiser reforçar, ferramentas como:

  • AlsoAsked

  • AnswerThePublic

  • Semrush / Ahrefs

  • Keyword Planner (Google)

...ajudam a revelar não só o que a pessoa está buscando, mas por que ela está buscando aquilo agora.

Intenção de busca e a jornada do cliente: cada intenção revela uma etapa do funil

Um ponto muitas vezes ignorado (mas absolutamente estratégico) é que cada tipo de intenção de busca se conecta diretamente a uma etapa da jornada do cliente.

Em outras palavras, quando você entende a intenção, você entende em que momento da decisão o usuário está — e isso muda completamente o jeito de produzir conteúdo.

No topo do funil, o usuário está na fase de descoberta. Ele ainda não tem clareza total sobre o problema ou a solução, então suas buscas têm um tom mais exploratório.

Esse é o território das intenções informacionais.

Por exemplo: “como funciona o Tesouro Direto”, “o que é inbound marketing” ou “como melhorar minha produtividade”.

Nessa fase, o papel do seu conteúdo é educar, gerar interesse e atrair — não vender.

Avançando para o meio do funil, a pessoa já entendeu o contexto e agora começa a buscar comparações, vantagens, alternativas.

É aqui que aparecem as intenções comerciais ou investigativas. Buscas como “melhor app de finanças pessoais”, “Notion vs Evernote” ou “avaliação do curso da XP Educação” são exemplos clássicos.

O conteúdo aqui precisa ajudar a comparar, tirar dúvidas práticas e criar segurança. Ainda não é hora de empurrar um CTA agressivo — é hora de construir confiança.

Por fim, no fundo do funil, a coisa esquenta. O usuário já pesquisou, já comparou e está pronto para agir.

Ele quer comprar, contratar, agendar ou baixar. Isso é intenção transacional na veia.

Buscas como “assinar plano do Canva Pro”, “comprar livro A Startup Enxuta” ou “agendar consulta com nutricionista online” pedem páginas objetivas, com CTA visível, pouco ruído e uma proposta de valor clara.

Aqui, qualquer distração é perda de conversão.

Intenção de busca e IAs: a nova camada do jogo

Antes, entender intenção de busca era essencial pro Google. Agora, também é essencial pra IA generativa.

Por quê?

Porque as IAs:

  • Tentam entregar respostas prontas, não apenas links

  • Avaliam o conteúdo como um todo, não só com base em palavras-chave

  • Valorizam clareza, estrutura e foco na intenção

Se seu texto tem 2000 palavras, mas não responde diretamente a pergunta do usuário, vai perder espaço até mesmo dentro de plataformas como ChatGPT, Perplexity e outros assistentes que buscam respostas externas.

Exemplo:

Usuário: "qual a diferença entre microempreendedor e autônomo?"

Se seu conteúdo não responde essa pergunta nos primeiros parágrafos de forma clara, a IA vai pular você e responder com outro site que fez isso melhor.

Otimizando seu conteúdo para intenção de busca: estrutura recomendada

Aqui vai um modelo que funciona bem pra SEO e também pra IA:

Título:

Use a palavra-chave principal de forma direta.

Exemplo: "O que é intenção de busca e como aplicar no SEO"

Introdução:

Entregue a resposta resumida nos primeiros 3 parágrafos. Isso ajuda tanto no Featured Snippet quanto na IA.

Corpo do texto:

  • Estrutura em subtópicos com heading tags (H2, H3) claras

  • Use listas, tabelas, exemplos reais

  • Varie a semântica: sinônimos, termos relacionados

  • Faça perguntas e responda

Conclusão:

Retome a intenção e dê um passo a mais: convide para ação (ler outro post, baixar material, contratar serviço).

O que você ganha ao dominar a intenção de busca?

✅ Conteúdos que realmente resolvem o problema do usuário
✅ Menor taxa de rejeição e maior tempo de permanência
✅ Mais destaque nos resultados enriquecidos do Google (snippets, PAAs, carrosséis)
✅ Melhor compreensão por IA generativa — e mais chances de ser usado como fonte

Conclusão: quem entende intenção de busca para de jogar conteúdo no escuro

Intenção de busca não é um detalhe técnico.

É a base da comunicação digital hoje.

Quem ignora isso está criando conteúdo pra si mesmo, não pro usuário.

E quem entende, escreve menos, rankeia mais e começa a jogar o jogo certo — onde o conteúdo é pensado pra resolver, converter e posicionar.

Se você chegou até aqui, já tá à frente da maioria. Agora só falta aplicar.